Evangelho segundo S. Lucas 2,16-21.
Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura. Depois de terem visto, começaram a divulgar o que lhes tinham dito a respeito daquele menino. Todos os que ouviram se admiravam do que lhes diziam os pastores. Quanto a Maria, conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração. E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado. Quando se completaram os oito dias, para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus indicado pelo anjo antes de ter sido concebido no seio materno.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho
Maria, Mãe de Deus, Mãe do Príncipe da Paz (Is 11, 5)
A festa do Natal renova para nós os primeiros instantes da vida de Jesus, nascido da Virgem Maria. E acontece que, adorando o nascimento do nosso Salvador, celebramos a nossa própria origem. Com efeito, quando Cristo veio ao mundo, começou o povo cristão: o aniversário da cabeça é o aniversário do corpo.
Ora, que mais podemos encontrar nos tesouros da generosidade divina que seja tão adequado à dignidade da festa de Natal como esta paz proclamada pelo cântico dos anjos aquando do nascimento do Senhor (Lc 2, 14)? Pois é a paz que gera filhos de Deus, que favorece o amor, que produz a amizade, que é o repouso dos bem-aventurados, a morada da eternidade. A sua obra própria, o seu particular benefício, consiste em unir a Deus aqueles que separa deste mundo. Assim, pois, aqueles que «não nasceram do sangue nem da vontade carnal, nem da vontade do homem, mas de Deus» (Jo 1, 13) devem oferecer ao Pai a vontade unânime dos filhos artesãos da paz. Todos aqueles que se tornaram membros de Cristo por adopção devem acorrer a venerar o primogénito da nova criação, Aquele que veio, não para fazer a Sua vontade, mas a Daquele que O enviou (Jo 6, 38). Os herdeiros adoptados pela graça do Pai não são herdeiros divididos nem separados; têm os mesmos sentimentos e o mesmo amor. Aqueles que foram recriados segundo a única Imagem (Heb 1, 3; Gn 1, 27) têm de ter uma alma que se assemelhe a Ele. O nascimento do Senhor Jesus é o nascimento da paz. Como diz São Paulo, «Ele [Cristo] é a nossa paz» (Ef 2, 14).
Calça apertada de cinturão, toco guitarra, faço canção mas quando tento me procurar eu não consigo me encontrar.
Escondo o rosto com as mãos e uma tristeza imensa me invade o coração, já não sou capaz de amar e a felicidade cansei de procurar...ah...ah.
Por isso venho buscar em ti o que eu não tenho o que perdi vestido em ouro te imaginei e tão humilde eu te encontrei.
Cabelos longos iguais aos meus Tu és o Cristo, Filho de Deus.
Tanta ternura em teu olhar
A tua presença me faz chorar
Eu ergo os olhos para o céu e a luz do teu amor me deixa tão feliz,
Se jamais acreditei,
Perdoa-me Senhor pois hoje te encontrei.
Evangelho segundo S. Lucas 7,11-17.
Em seguida, dirigiu-se a uma cidade chamada Naim, indo com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando estavam perto da porta da cidade, viram que levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva; e, a acompanhá-la, vinha muita gente da cidade. Vendo-a, o Senhor compadeceu-se dela e disse-lhe: «Não chores.» Aproximando-se, tocou no caixão, e os que o transportavam pararam. Disse então: «Jovem, Eu te ordeno: Levanta-te!» O morto sentou-se e começou a falar. E Jesus entregou-o à sua mãe. O temor apoderou-se de todos, e davam glória a Deus, dizendo: «Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo!» E a fama deste milagre espalhou-se pela Judeia e por toda a região.
Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
Santo Ambrósio (cc 340-397), bispo de Milão e doutor da Igreja
Sobre o Evangelho de S. Lucas, V, 89 (trad. cf SC 45, p. 214)
As lágrimas de uma mãe
A misericórdia divina deixa-se facilmente vergar pelos gemidos desta mãe. Ela é viúva; os sofrimentos ou a morte do seu único filho quebraram-na. [...] Creio que esta viúva, rodeada da multidão do povo, é mais do que uma simples mulher que merece pelas suas lágrimas a ressurreição de um filho, jovem e único. Ela é a própria imagem da Santa Igreja que, com as suas lágrimas, no meio do cortejo fúnebre e até junto do túmulo, obtém que seja devolvido à vida o jovem povo deste mundo. [...]
Porque à palavra de Deus os mortos ressuscitam, reencontram a voz e a mãe recupera o seu filho; ele foi chamado do túmulo, foi arrancado ao sepulcro. Que túmulo é este para vós, senão o vosso mau comportamento? O vosso túmulo é a falta de fé. [...] Desse sepulcro, Cristo vos liberta; saireis do túmulo se escutardes a Palavra de Deus. E, se o vosso pecado for demasiado grave para que o possam lavar as lágrimas da vossa penitência, que intervenham por vós as lágrimas da vossa mãe Igreja. [...] Ela intercede por cada um dos seus filhos, como por outros tantos filhos únicos. Com efeito, ela é plena de compaixão e experimenta uma dor espiritual e materna sempre que vê os seus filhos arrastados para a morte pelo pecado.
Jesus ensinou-nos o segredo do poder da fé. É fundamental cultivar a fé, pois é com a fé que nós olhamos as coisas e as vemos como Jesus as via. O alimento da fé cristã é a Palavra de Deus, a qual nos comunica as verdades do mistério de Deus e do mistério do Homem. Mas não basta alimentar a fé, isto é, não basta vermos as coisas como Deus as vê. É preciso exercitarmos a fé.
Exercitar a fé é tomar atitudes, opções, decisões e escolhas de acordo com o que a Palavra de Deus nos transmite.É mediante o exercício da fé que podes fazer maravilhas semelhantes às que Jesus fez. A Palavra de Deus diz-nos, por exemplo, que Deus está em nós e está disponível para nós vinte e quatro horas por dia. Exercitar a fé significa actuar de acordo com esta verdade. É importante sabermos que a fé não é apenas um saber. A fé é também uma maneira de agir em sintonia com Deus que, pela Sua Palavra, se revela ao Homem, dizendo-lhe quem é e qual o seu plano para a Humanidade.
É muito importante tomar Deus a sério e agir de acordo com aquilo que o Senhor nos revela. Nas nossas escolhas, decisões, atitudes e comportamentos devemos proceder contando sempre com Deus. Eis o princípio a termos presente no exercício da fé: contar com Deus sempre. Tentar a Deus nunca.
Tentar a Deus significa pretender que Deus faça o que nos compete fazer a nós.Deus está connosco, mas não está em nosso lugar. Deus nunca nos substitui, a fim de nos realizarmos como pessoas livres, conscientes responsáveis, únicas, originais e irrepetíveis. Se, por exemplo, estudei para o exame, devo exercitar a fé e dizer ao Senhor: sei que fiz o que devia e tu agora vais avaliar o resultado do meu trabalho. Ajuda-me para que tudo o que estudei se torne presente na minha mente. Neste caso, Deus estará comigo, avaliando o resultado do meu trabalho.
Podemos ter a certeza de que Deus é sempre verdadeiro e fiel. Mas não devemos fazer preguiça, pensando que Deus nos vai substituir, metendo-nos magicamente na cabeça as coisas que não estudamos. Tentar a Deus é não ser sério consigo nem com Deus.
As pessoas que procuram tomar Deus a sério, exercitando a sua fé, tornam-se fortes.
O medo começa a desaparecer das suas vidas e começam a ser capazes de fazer coisas que nunca conseguiriam sem o exercício da fé. A fé activa no interior da pessoa uma série de forças espirituais que, segundo um exemplo dado por Jesus, nos torna capazes de remover as próprias montanhas.
As montanhas são os problemas e dificuldades capazes de destruir a pessoa que não se exercita na fé. Com a força da fé, somos capazes de fazer maravilhas e transformar o mundo.
Um dia Jesus ia com os discípulos no barco de um amigo. Estavam a atravessar um lago muito grande. Como estava cansado, Jesus adormeceu. De repente levantou-se uma tempestade terrível. O barco parecia que ia virar-se de um momento para o outro.Jesus continuava a dormir. Os discípulos entram em pânico e perdem o controle. Não foram capazes de exercitar a fé.
Eis uma atitude de alguém que, neste caso exercitasse a fé: “Meu Deus, sei que estás comigo e que, portanto, nada me pode acontecer que eu e tu, em conjunto, não possamos resolver. Inspira-me a atitude certa que devo tomar neste momento”.Mas os discípulos não actuaram assim.
Cheios de medo, começam a gritar e, desesperados, agitam Jesus para que acorde: “Jesus, acorda e salva-nos, pois vamos morrer aqui todos”! Jesus olhou e viu o rosto aterrorizado dos discípulos.Como tinha muita fé, Jesus não sentiu medo nenhum. Os discípulos, nervosos e em pânico disseram-lhe: “não fazes nada, Senhor”!
Jesus pôs-se de pé e com a força da fé que estava dentro dele fez que tudo ficasse calmo, a começar pelos corações dos discípulos que estavam mais alterados do que as ondas do lago.Jesus aproveita este incidente para ensinar aos discípulos o exercício da fé.
Eis as palavras de Jesus: parece impossível haver em vós tão pouca fé!
Como Jesus já tinha ensinado muitas coisas aos discípulos, esperava que eles já fossem capazes de exercitar mais a fé.Apesar disto, Jesus era muito compreensivo com a pouca fé dos discípulos. Ele sabia que os discípulos ainda não tinham recebido o Espírito Santo.
Jesus disse-lhes então que, após a sua ressurreição, lhes ia enviar o Espírito Santo. Quando o Espírito Santo vier, disse Jesus, Ele vos ensinará todas as coisas.
De facto, depois de Jesus ressuscitar o Espírito Santo veio e tornou os Apóstolos uns verdadeiros gigantes. A sua vida passou a ser um exercício permanente de fé, graças ao qual tinham força para ir anunciar o Evangelho pelo mundo inteiro e dar a vida por Cristo.
Foi assim que os discípulos compreenderam que, pela fé, recebemos a sabedoria para entendermos os mistérios de Deus e a força para transformarmos o mundo!
Depois da ressurreição de Jesus, os discípulos ficaram cheios de confiança em Deus, pois sabiam que, com Deus, todas as montanhas seriam removidas.Foi então que os discípulos, cheios do Espírito Santo, Começaram a evangelizar e a fazer milagres graças à grande força da fé que estava neles.Como fomos baptizados no Espírito de Cristo, também nós somos chamados a transformar o coração das pessoas, anunciando-lhes o Evangelho, como fizeram os discípulos de Jesus.