Para santo António, o amor aos pobres vinha da infância. Já vimos que embora pertencesse a uma família nobre, sua mãe lhe havia o compromisso de ajudar aos mais necessitados que batiam às portas de seu palácio.
Certa vez, na cidade de Verona, frei António pregou conta o famoso tirano Ezzelino de Romano, que asfixiava a classe humilde. Convencido e arrependido, o tirano enviou um saco cheio de moedas de ouro ao santo, mas este recusou dizendo:
"Jorram o sangue dos pobres".
Essa atitude de frei António e sua vida simples e austera valeram-lhe o amor do povo, veneração que continuou após a sua morte.
De facto, uma das lendas mais antigas conta que, poucos anos após a morte do santo na cidade de Pádua, um menino que brincava com água de um tanque acabou caindo dentro dele e se afogou. Cheia de dor, a mãe foi ao altar do santo e prometeu-lhe que se seu filho ressuscitasse, oferecia aos pobres quantidade de trigo igual ao peso do menino. Quando terminou a suplica, maravilhada, viu que a criança se reanimava e voltava a ficar saudável como antes. Cumpriu a promessa e, quando a notícia do prodígio se espalhou pela cidade, muitas pessoas seguiram seu exemplo, acrescentando oferendas de pão para os pobres às suas orações. A obra do "Pão dos Pobres" é uma das instituições sociais mais relevantes que existem nos dias de hoje.