Era uma vez um homem que, quando era criancinha, quiseram falar-lhe de Deus. Mas alguém disse: «É muito cedo para lhe falar de religião; ele não compreende nada».
Chegou a idade escolar e a mãe pensou em mandá-lo frequentar a catequese. Mas o pai era de outra opinião e disse: «Não vai. Quando for maior de idade, será ele a dizer se quer que lhe falem de Deus ou não».
Quando já era jovem, convidaram-no a fazer parte de um grupo de fé. Ele respondeu: «Não tenho tempo, preciso de estudar e de me divertir».
Mais tarde casou e a esposa pediu-lhe que a acompanhasse à igreja. Ele respondeu: «Não tenho tempo, estou muito ocupado com os meus negócios».
Passaram os anos e ele foi adiando a questão da fé em Deus. Quando já era idoso e reformado, adoeceu gravemente.
Um dos netos perguntou-lhe se não queria a visita de um padre. Ele respondeu: «Hoje não tenho disposição para pensar nessas coisas de Deus. Fica para a próxima semana».
Aconteceu que, passados dois dias, ele morreu com oitenta anos. Durante todos esses anos de vida, não teve um minuto para escutar o que Deus tinha para lhe dizer. Deus queria dar-lhe uma boa notícia: que o amava muito.
Os cristãos fazem neste mês um tempo especial chamado Quaresma, que é precisamente para todos nós pensarmos em Deus e no seu amor para connosco.
Evangelho segundo S. João 8, 1-11
Jesus foi para o Monte das Oliveiras. De madrugada, voltou outra vez para o templo e todo o povo vinha ter com Ele. Jesus sentou-se e pôs-se a ensinar. Então, os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-lhe certa mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio e disseram-lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante adultério. Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres. E Tu que dizes?» Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa armadilha e terem que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se para o chão, pôs-se a escrever na terra. Como insistissem em interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes: «Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!» E, inclinando-se novamente para o chão, continuou a escrever na terra. Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio deles. Então, Jesus ergueu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?» Ela respondeu: Ninguém, Senhor.» Disse-lhe Jesus: «Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»
COMENTÁRIO: Sabes o que quer dizer «apedrejar»? Sim, é atirar pedras a um condenado até que ele morra, na praça pública.
Os mais velhos foram os primeiros a ir embora. Porquê? O Evangelho diz. Talvez porque tendo mais experiência, sejam mais lúcidos sobre as suas próprias dificuldades em praticar o bem, e porque têm também mais coisas em que precisam de ser perdoados!
Jesus é desconcertante. Uma vez mais Ele não faz aquilo que toda a gente esperaria. Respeitando a lei da sua época, Ele interessa-se em primeiro lugar por aquela que está a ser condenada. Ele não diz a esta mulher que ela teve razão para enganar o seu marido, ou enganar-se a si mesma na sua procura de felicidade. Mas diz-lhe: «Vai, e não tornes a pecar».
Jesus confia que doravante ela pode levar outra vida.
Jesus, Tu olhas com amor aqueles que encontras; confias, levantas, curas.
No Evangelho, aqueles e aquelas que tiveram a possibilidade de te encontrar viram as suas vidas transformarem-se.
As testemunhas que encontro ao meu redor contam-me também que Tu mudaste as suas vidas.
Obrigado pelo olhar de amor
Que pões sobre cada um de nós
E ensina-me
A olhar também os outros
Da mesma maneira.
Uma só palavra, um só gesto, e Tu curas, Senhor,
Tu salvas e levantas!
Senhor, faz sobre mim esse gesto,
Diz-me essa palavra.
S. Marcos diz que ele era um homem justo, isto é, um homem de uma grande fé, que confiava totalmente em Deus. Está dito o essencial: S. José foi simplesmente um homem que viveu o dia-a-dia na simplicidade, sempre disponível para fazer a vontade de Deus, e vivendo com coragem e alegria a sua vocação de esposo e de pai.
S. José foi o esposo que levou para casa uma jovem grávida e assumiu o filho, pondo- lhe o nome de Jesus. Depois teve de fugir de Herodes e refugiar-se com os seus no Egipto. Ao regressar, foi viver para Nazaré, onde exerceu a profissão de artesão-carpinteiro.
S. José foi o pai que muito amou a seu filho Jesus. Iniciou-o nas tradições religiosas do seu povo e ensinou-lhe a sua profissão. Jesus trabalhou com ele com as suas mãos talvez calejadas. Jesus cresceu e José desapareceu sem deixar rasto.
S. José é um modelo para nós, gente do povo, anónima, simples. Como ele, somos convidados a viver o nosso quotidiano com muito amor.
Amor a Deus e amor ao próximo.
Evangelho segundo S. Lucas 15,…32
Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.»
Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde. E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E, caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com o meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros. E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu de beijos. O filho disse-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe o anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado. E a festa principiou. Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo. Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. Respondendo ao pai, disse-lhe: Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.
O pai respondeu-lhe: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.»
COMENTÁRIO: O filho mais velho, também ele, é quase irrepreensível. Ele tem o sentimento de não ser estimado pelo seu devido valor e de não ser recompensado como mereceria. Através desta história, Jesus ensina-nos a não nos julgarmos superiores aos outros, e pelo contrário, a fazer tudo para os tornarmos felizes e nos alegrarmos com a sua felicidade.
Já me aconteceu chatear-me, irritar-me e ficar amuado. Por vezes até chorei: sentia o peito apertado! Estava mesmo triste! Estava mal comigo mesmo…
E depois aconteceu um sorriso, uma palavra, e tudo mudou. Precipitei-me nos braços de um dos meus pais, do meu amigo (a) e senti um calor imenso cá dentro, tinha vontade de rir, de gritar de alegria. Sim, a vida é tão bela quando sentimos que somos amados!
Jesus, Tu dizes-nos que com Deus
Acontece o mesmo:
Ele espera-nos, de braços abertos
pronto a receber-nos,
mesmo quando temos vergonha
de nós mesmos…
Obrigada por nos dares esta grande e boa notícia!
Tu, Senhor, conheces
todos os meus segredos,
todas as minhas fraquezas
e ainda assim, no meu dia a dia,
nunca perdes a confiança em mim,
guardas a tua porta sempre aberta,
os teus braços sempre estendidos.
Evangelho segundo S. Lucas 13, 1-9
Nessa ocasião. Apareceram alguns a falar-lhe dos galileus, cujo sangue Pilatos tinha misturado com o dos sacrifícios que eles ofereciam. Respondeu-lhes: «Julgais que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros galileus, por terem assim sofrido? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, pereceis todos igualmente. E aqueles dezoito sobre os quais caiu a torre de Siloé, matando-os, eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não vos converterdes, pereceis todos da mesma forma.»
Disse-lhes, também, a seguinte parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi lá procurar frutos, mas não os encontrou. Disse ao encarregado da vinha: “Há três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não o encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra? Mas ele respondeu: “Senhor, deixa-a mais este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume. Se der frutos na próxima estação, ficará; senão, poderás cortá-la!»
COMENTÁRIO: Neste III Domingo da Quaresma, Jesus conta a história da figueira para falar da paciência de Deus.
Qualquer um teria ficado decepcionado ao ver que esta árvore não dava fruto há três anos. Será de admirar que se queira cortá-la? Mas, a esperança do vinhateiro é a do próprio Deus: «Esperemos ainda um pouco… Talvez ainda venha a dar fruto!»
Quando nos nossos dias acontecem desgraças, grandes catástrofes, muitas imagens passam na televisão e nas revistas: o sensacionalismo dá vendas! É mais difícil, e financeiramente mesmo interessante para os «comerciantes de notícias», as coisas bonitas que fazem avançar as pessoas.
No entanto, é aí também que Deus está!
Há homens e mulheres que passam a vida a rezar. Talvez penses: «será que isso serve para alguma coisa?» E passar tempo com um amigo, serve para alguma coisa? SIM, CLARO QUE SERVE!
Também tu sentes necessidade de falar com o teu melhor amigo, ou amiga, de lhe dares notícias tuas, de lhe falares de ti…
Rezar é um pouco isso, mas é ainda mais forte. Quando estás triste ou contente Deus escuta-te. Rezar, não é apenas retirar-se da agitação do dia a dia. É escutar Deus que te fala.
Senhor,
Terias mil razões para desistir:
Os homens destroem cada dia mais
As riquezas que lhes confiastes.
O ódio, a violência, parecem ganhar terreno
Ao amor e à fraternidade.
Mas Tu acreditas ainda neles.
Senhor,
Terias mil razões para desistir também de mim:
Nem sempre faço o que Tu desejarias.
Obrigada pela Tua paciência.
Que a Tua presença me ajude, pouco a pouco,
A «dar frutos» à minha volta
E a tornar felizes aqueles e aquelas
Que encontro.
Evangelho segundo S. Lucas 9, 28-36
Uns oito dias depois destas palavras, levando consigo Pedro, João e Tiago, Jesus subiu ao monte para orar. Enquanto orava, o aspecto do seu rosto modificou-se. E as suas vestes tornaram-se de uma brancura fulgurante. E dois homens conversavam com Ele: Moisés e Elias, os quais, aparecendo rodeados de glória, falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando eles iam separar-se de Jesus, Pedro disse-lhe: «Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.» Não sabia o que estava a dizer. Enquanto dizia isto, surgiu uma nuvem que os cobriu e, quando entravam na nuvem, ficaram atemorizados. E da nuvem veio uma voz que disse: «Este é o meu Filho predilecto. Escutai-o.» Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, nada contaram a ninguém do que tinham visto.
Comentário: Que cena tão estranha… Ela não nos foi transmitida por um jornalista que se pudesse ter escondido por ali e fotografado os acontecimentos. Este texto foi escrito num contexto de meditação e oração, na presença de Jesus.
Para que os cristãos pudessem compreender que Jesus é de facto o enviado de Deus e seu próprio Filho, os redactores utilizaram expressões e imagens frequentemente utilizadas na Bíblia.
A montanha é frequentemente o lugar que Deus dá como ponto de encontro ao homem, para lhe dar a conhecer algo importante. A nuvem é, por si mesma, simbólica da presença de Deus.
Jesus convidava os seus amigos Pedro, Tiago e João a subir à montanha para rezar com Ele. Hoje, todos os dias, Ele convida-nos a nós também, a fazermos esta experiência, em sua presença.
Rezar com Jesus é uma experiência extraordinária e, contudo, tão simples. Tu podes fazê-la fechando os olhos e dizendo juntamente com Ele:
Jesus, tal como nos ensinastes, e muito simplesmente,
ousando chamar a Deus «Papá»
Eu fecho os olhos devagarinho e contigo digo:
»Pai-nosso, que estais nos Céus…»
Cada dia, Senhor, Surgem oportunidades para provar que Tu és uma fonte inesgotável, de poder ilimitado, eficaz e accionado pela minha fé...
Vejo que as minhas orações são sempre ouvidas. Uma a uma, e ao Seu tempo são respondidas... E é por isso, que posso confiar! Que a porta que o Senhor vier abrir para mim, ninguém poderá fechar. Tu és o Deus que opera quando o homem diz: “Não dá”. E abres um caminho onde encontro a solução para todos os meus problemas.
És o Deus que tem a cura para todo o mal. Mesmo aquele que a ciência não pode curar. Se algum problema se levantar e tentar me parar, pronuncio a Tua palavra e o monte é lançado ao mar!
Eu confio em Ti, nada temo. Mesmo quando a morte me encarar. Pois o Teu poder e a Tua graça me faz ver que sou Muito mais que vencedor(a). E quando a Lua se esconder é porque O Sol está para nascer...
OBRIGADA SENHOR DEUS,
por não me abandonares e fazeres parte da minha vida.