Quando se punha a caminho, alguém correu para Ele e ajoelhou-se, perguntando:
«Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» (Mc. 10,17)
Senhor, hoje fazendo nossa esta pergunta que te fizeram nas estradas da Palestina, queremos exprimir o desejo e a sede de vida, de amor, de felicidade e de alegria plena que cada homem, cada um de nós, sente no profundo do seu coração.
Sabemos que este desejo profundo outra coisa não é se não um sinal do nosso destino eterno.
Sabemos que, criados à imagem e semelhança de Deus, todos nós somos chamados à eternidade e para estar com Ele para sempre, para gozarmos de uma felicidade sem fim, na alegria de sermos cumulados para sempre do Seu Amor Divino; mas, desde que, com o pecado recusamos o Seu amor, a Sua amizade vivemos, num autêntico drama: andamos sempre à procura da vida, e desejamos ardentemente a vida e a salvação, que Ele nos doou, libertando-nos para sempre da morte e doando-nos a vida eterna.
Sim, Senhor, o nosso coração procura ardentemente a vida eterna, a vida plena, a vida verdadeira, mas muitas vezes não conhecemos a estrada para chegar até ela.
Procuramos a vida e a felicidade na posse de bens materiais, na glória humana, no poder, na procura do prazer. Procuramos a vida e a alegria na posse do dinheiro que nos dá ilusão de poder para comprar tudo. Quando o sofrimento nos faz experimentar toda a nossa fragilidade, o nosso limite, a nossa impotência, a solidão, o desencorajamento, a vida sem sentido, limitada por tantos condicionamentos que nos tiram a alegria, a esperança, a confiança… Quando fazemos experiência de morte, que inevitavelmente põe fim à nossa vida terrena, damos conta que sem a prospetiva da vida eterna, tudo perde o seu valor.
E vem-nos ainda a pergunta? Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?
Mas qual é a tua resposta? A Tua resposta é o amor.
Sim, toda a tua vida, nas palavras e nas obras foi entrelaçada de amor.
Pelo Amor com o qual nos amastes até oferecer a Tua vida na cruz, salvastes todos nós, e mostraste-nos assim a vida que nos leva à vida eterna: o dom total, a oferta de si mesmos a Deus e aos irmãos. E hoje com a Tua presença na Eucaristia, Sacramento do Amor onde continuas a oferecer a Tua vida pela nossa salvação, continuas a repetir-nos: «Se queres alcançar a vida eterna, une-te à minha oferta e doa a tua vida, oferece com amor tudo de ti para a salvação dos irmãos». Este Teu convite faz ressoar no nosso coração a pergunta que a Virgem Maria, Tua e nossa Mãe, fez aos Pastorinhos de Fátima: «Quereis oferecer-vos a Deus?» E nós com eles respondemos-te: Sim, queremos!
Senhor, sustem com o Teu Amor o nosso sim, e ajuda-nos a repeti-lo sempre, até ao dia onde juntos contigo e com todos os nossos irmãos, gozaremos da alegria da vida verdadeira e eterna.
Fonte: Silenciosos Operários da Cruz